terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Talvez. Talvez, algum dia, faça sentido...


correndo da sensação
fugindo
olhos mareados
caindo
intensa vontade de se dar
e ver
tremendo querer
querer que tudo se dê
dê certo
ei de ter
viro do avesso
o peito
engolir a seco
gestos incabíveis
incabíveis modos
ao meu ver
mas meus olhos estão mareados
cheios de mar
não vejo direito
não ouço direito
penso com o peito
sem jeito
eu tenho o direito de sentir
sentir ainda vai me consumir
me atento
atento ao seu jeito de ser
me trava a garganta
soluços
a tempestade que cai
dos olhos
em meu rosto
ao peito
e seca
eu nunca estou seca
entreter meu pensamento com paz
esvair-se
fugir
fugaz
sentimento sem contento
como-entender-te?
como-entender-me?
como-entender-nos?
atenho-me aos gestos
olhar sexual
entendo-me com toques
te toco sem fim
ao mundo, a tudo, a mim
a ti, cabe dizer
a-mim-cabe-viver
sentir ambíguo querer
temo sei não o que
temo temer
desprender-me do apego, então
desato o nó no peito
mas não tem jeito
eu não tenho jeito
eu tenho sentimentos
eu tenho sentimentos
eu tenho-os sentido
aqui
dentro de mim
com um furacão no peito
me assumo
quero o sumo

quero líquido
quero rígido
quero cheiro
quero pecar-te
 então
quero pegar
quero comer
quero sucumbir
ao seu coração
e não mais ficar sem jeito
e não mais sentir invão
quero sentir o vão entre as suas
quero acabar com o vão entre nós