quarta-feira, 25 de novembro de 2015

contradição

eu quero um canto encantado
quero uma quieta inquietude
um calmo acelerado
o jajá nesse instante
o muito do pouco
o corpo arrepiado no calor
voar em ventos leves
que demore e seja breve
que o tempo voe devagar
que o ódio saiba amar
embalar o silêncio em notas musicais
definir indefinidos ideais
sonhos reais com pálpebras erguidas
sentido sem horas sem idas
colorir o preto e branco
um mar sem sal
ar livre e abrigo
o bem sem mal
pimenta que arde sem sofrer
cebola que faz chorar sem arder
amor pra amar sem doer






terça-feira, 17 de novembro de 2015

sobre as minhas sementes

toda a ambiguidade da vida se expõe
quando se vive a instabilidade material
física
entende-se nos extremos
nos excessos
nos limites
conhece-se realmente o impalpável que habita em cada um de nós
quando o palpável deixa de ser o primeiro ponto que se busca
e é então quando a magia começa a acontecer
começamos a enxergar a linha tênue que divide o "eu" real do "eu" que tecemos a partir do que o mundo nos "nos faz querer"
se olharmos fundo... precisamos de tão menos do que imaginamos
descobri que a vida vai além
que a felicidade não se baseia no que toco
e sim no que sou tocada
pois só posso atingir aquilo que me faz sentir
mesmo que seja sutil como gotas de orvalho
a alma sente a sutileza a kilometros de distância
entenda o que realmente busca
em geral tudo que está ao redor
só é proveitoso se somar com o que vem de dentro
se você não sabe o que habita em seu interior
tão pouco vai poder aproveitar o que o mundo (externo) pode te dar
sem perceber comecei então
uma viagem
pra dentro de mim