terça-feira, 19 de julho de 2016

quando o mundo invade a vida

já parti mil corações
já tive meu coração partido em mil pedaços
carrego um mundo inteiro dentro de mim
preciso deixar bagagens no caminho
mala pesada me faz caminhar a passos lentos
meus pés doem
o peito pesa ao vento leve que me toca
preciso içar a vela que me leva a navegar
só o chão já não me basta
minhas asas estão cansadas
recorro ao mar
as ondas que me poupam o corpo
a água que liberta meu espirito
o sol que aquece o meu cavalo
a passos largos caminho sobre o mar
vento leve sopra o furacão que me habita
dentro
tempo ajuste a minha mente ao presente
eu quero descansar o meu sentir
o mundo as vezes me dói
não quero mais minhas vestes cheias de poeiras passadas
vistas
tocadas
toco mil vidas com meus olhos
sinto mil mentes em meus sonhos
recebo respostas sem nem mesmo questionar
pára um pouco os ponteiros
eu que sempre fui ligeiro
hoje quero descansar
sigo cochichando ao pé do ouvido
do meu peito explodido
que precisa respirar
sem fumaça tóxica
sem informações excessivas
sem poluição sonora
tanta intensidade
sensitividade
intensa-idade
a sabedoria vai descansar
os ouvidos
o peito
o passo
o nó desatar
desabafar
desconectar
desacelerar
descriminar
em tudo pede ar
então respira
e deita
mergulha
levanta com fé e sonha
com um dia novo ao desafogar


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