quinta-feira, 29 de abril de 2010

I R A

Quando olhei para o céu o mundo todo desabou
Aquele mundo tão particular, feito de quatro paredes que me protegiam
Sobre minha cabeça começou a desabar
Minha vida e o resto do mundo passaram diante de mim num segundo
Mostrando o quanto é intenso e profundo viver
O quanto é confusa e incerta a vida
Agora aqui de pé, olhando pra esse mundo, não sei se quero voltar
Não sei se quero pisar nesse chão de novo
No amor, na cura, no vício, no lodo
O que me cura também me consome, e sendo homem continuo a pecar
Pecamos por amor, sentimos dor, nos anestesiamos e continuamos a caminhar
É luxo, é lixo, é vício... está escrito?
Coisas boa e ruins se misturam, nas nuvens, na névoa da loucura
Loucura é o dia a dia
Que vivemos sem saber do amanhã, na agônia
De ser, estar, de ter, fazer, ir e vir... E se eu quiser só ficar parado aqui?
Não me contento com o pouco
Mas não vim aqui pra ficar sentado, dentro dessa gaiola, desse quadrado
Quadrado que me prende quase todos os dias
E os dias que estou livre fico em plena alegria
Gosto dos dias completos
Sentir o friozinho do amanhecer, o calor do dia, o cheiro da noite...
É tudo tão estranho por aqui
Eu penso, ouço, reflito e continuo não me encaixando
Nesse mundo louco que vivo e aos poucos vou me entregando
As pessoas são tão diferentes, como faz pra saber lidar?!
Falam uma coisa, pensam e sentem outras
É tão difícil a verdade confessar?
Eu sinto, eu falo, eu crio, aviso... eu VIVO
Sou furacão de emoções.
Sou o grito da verdade, sou suplício... Ilícito caminho de ilusões
Se sabe como, me têm
Cada momento me sinto mais além
Não espero mais, não respiro mais essa arte de amar
Quem amei amou e voou
Quem gostei pousou e passou
Tudo passa por aqui, nada fica
Nada é tão seguro ao ponto de não partir
Parto, vazo, rezo, raza é minha paciência
Que aos poucos foi ficando raza, de tão vasta vivência
Me fala, me cala, me deixe se for capaz
Porque quem me tem, têm
Quem não me teve, não terás mais
Gosto e desgosto como num pulsar
Passa revira minha irá, não me deixa ficar onde está
Revolta, envolta de mim essa volta dá
Me pira, Safira, Indira, pé de maracujá
Airando, pairando, voando no espaço sideral
A vida que eu vivo, dúvido
Você não verá igual

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